Monitores de sala de aula viram “desaglomeradores” por decreto

Na quinta-feira, 18 de março de 2021, a prefeita de Sapiranga Carina Patrícia Nath Corrêa, instituiu o decreto 7194 que dispõe sobre medidas emergenciais de caráter operacional e de pessoal da Secretaria Municipal de Saúde. Dentre as considerações elencadas está a Lei Federal 13979/2020 e a Portaria 356/2020 do Ministério da Saúde, onde decretou o desvio de função do Monitores de Sala de Aula e os disponibilizou para a Secretaria da Municipal Saúde por tempo indeterminado para reforçar o combate ao coronavírus especialmente na realização de campanha contra aglomerações e divulgação de normas e orientações. A monitora Taís Han, concursada há mais de três anos, reclama da decisão e dos riscos à que estão expostos. “Simplesmente da noite para o dia foi-nos informado de que estaríamos em desvio de função. Fomos convocados para comparecer às 8h da manhã no estacionamento da Prefeitura e nos entregaram um jaleco e inicialmente nem sabiam nos responderam sobre as questões básicas como por exemplo quanto ao uso de banheiros e alimentação demonstrando despreparo. Como se não bastasse mudaram de forma arbitrária os nossos horários de trabalho. Não obstante o fato de ser a maioria de mulheres estamos expostos a todo tipo de assédios, insultos, ameaças e hostilidades, inclusive registradas em boletim de ocorrência. Todos os casos foram relatados ao funcionário Flademir, uma vez que a equipe da SMED simplesmente não se manifestou. Fizeram um discurso emocional que fez a gente se sentir útil e necessário nesta função, porém ao nos depararmos com a realidade das ruas percebemos que estamos correndo mais riscos do que realmente contribuindo”, informou Taís.

Postagem de Taís Han em uma rede social, mostrando sua indignação.

Uma das monitoras encaminhou solicitação ao RH da SMED alegando que sofre de doença respiratória, e lhe responderam que entendiam o caso, mas que precisavam de todos na rua neste momento. Segundo Taís, há relatos de monitores que foram ameaçados por condutores de veículos mesmo fora de seu horário de trabalho.

“Eu quero ainda deixar registrado de que muitos monitores estão sofrendo de crise de ansiedade e também estamos nos sentindo apavorados e sem saber a quem recorrer. Nos disseram de que se hoje precisássemos de respiradores não teríamos.

Quero perguntar de quem será a responsabilidade caso ocorra alguma agressão ou contaminação dos monitores, uma vez que estamos todos expostos a todo tipo de risco e não somos policiais e nem guardas municipais, além de não receber nenhum tipo de equipamento ou risco de vida?”, disse Taís.

O Jornal A Opinião continua aguardando a manifestação oficial da prefeitura de Sapiranga sobre o caso, o que até o presente momento restaram infrutíferas as tentativas.

One thought on “Monitores de sala de aula viram “desaglomeradores” por decreto

  1. Não existe está função. Ou você é fiscal e está acompanhado de força policial para fazer cumprir a lei ou não é nada. Desaglomerador é para colocar as pessoas, os servidores no caso, em risco e se esconder, a administração, atrás de falsas ações.

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