O vazio deixado pelo incentivador da música em Sapiranga

Jornal Opinião

Na chamada da escola e na identidade Paulo Rogério da Silva. Para os amigos, colegas e conhecidos, apenas Paulo Gordo, apelido carinhoso que o tornou conhecido no cenário cultural da cidade. Todo mundo tem uma história a relembrar do Paulo Gordo. Do Verde Maduro, a semente do Rock em Sapiranga; do Encontrart, reunindo talentos e oportunizando o palco para todos; do Domingo na Praça, onde projetou trazer boa música mais perto do povo;  da Cia. da Música, mais do que um espaço profissional, um local de acolhimento, conversas e amizades; das participações nos eventos, do alto de sua experiência e onde nada era demais; das rodas de cantorias, celebrando amizades que não se perderam no tempo; do simples aceno do outro lado da rua, um “oi, tudo bem?”, porque a convivência na cidade era algo familiar… Lembranças que o tempo não apaga.

O Paulo Gordo foi o mentor do projeto Encontrart que teve 12 edições, sendo a última delas em 2006. O Encontrart reunia artistas locais que se apresentavam no Centro de Cultura Lúcio Fleck. No início, o cachê era apenas uma rodada de pizza, mas o espírito do evento era justamente a confraternização entre os músicos e era isso que acontecia. Alguns desses eventos foram em benefício de entidades locais, como Lions e Liga Feminina de Combate ao Câncer e resultaram em DVDs. E ele foi marcando presença na vida e no coração das pessoas.

Mais do que tudo, sempre trabalhando com música por amor à camiseta e primando pela dedicação e qualidade naquilo que fazia, o Paulo fez história. Ao lado de sua querida família, seu orgulho e sua paixão, atravessou a vida… Foi um exemplo e incentivo a todos os músicos que hoje atuam em Sapiranga e uma inspiração para quem se pergunta se vale a pena trabalhar com aquilo que se ama. Não há quem não renda suas homenagens a este precursor do rock por estas paragens.

É difícil encontrar palavras que expressem o vazio sentido pela Nana, pelo Vini, pela Laura, pela família toda e por todos os amigos conquistados nesses 60 anos de caminhada por este planeta. Paulo foi mais uma vida perdida para esse monstruoso vírus que assusta a cada dia a todos nós.

Paulo Gordo ousou, conquistou, viveu e se despediu. Lembranças que o tempo não apaga.

Texto: Iara Magajewski

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