Pró-Sinos avança no desenvolvimento do Projeto de Monitoramento Espacial

Jornal Opinião
Foto: Hener de Souza Nunes Júnior

Empenhado em ampliar a rede de informações sobre a Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos à população e aos gestores públicos, o Consórcio Pró-Sinos trabalha, desde o início deste ano, no Projeto de Monitoramento Espacial. Serão reunidos em uma plataforma digital dados de alguns parâmetros quantitativos e qualitativos que serão úteis a diversas finalidades. Com o acompanhamento mensal desse conjunto de parâmetros, será criada uma série histórica que permitirá um conhecimento maior sobre o comportamento das águas recolhidas na bacia e que chegam ao Rio dos Sinos. 

A primeira campanha de medição de parâmetros qualitativos e coleta de amostras foi feita em setembro, em 24 pontos de 16 cidades da Bacia Hidrográfica do Sinos. Em breve, a partir de um software que está em desenvolvimento, os dados estarão disponíveis e poderão auxiliar gestores no planejamento, na fiscalização e nas ações de emergência e contingência. 

A diretora-geral do Pró-Sinos, Jéssica Madril, destaca que com o monitoramento será possível conhecer a qualidade da água do Rio dos Sinos e identificar riscos ao ecossistema da bacia e do rio, o que, por consequência, também afeta as populações que dele se abastecem. Esse conhecimento poderá, por exemplo, oferecer embasamento para atitudes que evitem o desabastecimento em épocas de estiagem, ou promover a remoção de comunidades sob risco com antecedência, em casos de previsão de inundação, por exemplo, entre outros benefícios.

 De acordo com o diretor-técnico do Pró-Sinos, Hener de Souza Nunes Júnior, o projeto pretende reunir dados (associação de valores a parâmetros de controle) coletados em diversas fontes, e apresentá-los como informação que, por sua vez, dará suporte a ações gerenciais. “Estamos iniciando o processo de busca e organização de dados. A geração de informações virá em seguida, com a utilização desses dados por meio da plataforma em desenvolvimento”, esclarece Hener.

Inicialmente, o projeto contempla o acompanhamento de nove parâmetros qualitativos que constituem o chamado Índice de Qualidade da Água (IQA): temperatura, pH, oxigênio dissolvido, sólidos totais, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total e turbidez. “É um conjunto de parâmetros que possuem valores limites, como quando fazemos um exame clínico laboratorial. Esses valores são colocados em uma fórmula que gera o IQA que, por sua vez, produz um indicador da qualidade da água como um todo. Mais adiante, deveremos acompanhar outros parâmetros, conforme forem solicitados pelos usuários”, destaca o diretor-técnico. 

Já em relação aos parâmetros quantitativos, no projeto será feito o acompanhamento do nível do rio em alguns pontos, tornando possível calcular a vazão. Também serão controladas as quantidades e a distribuição de chuvas na bacia para permitir o conhecimento de como elas influenciam o comportamento do rio.  “Esses dados permitirão manter o controle das cheias e das estiagens e tomar as providências necessárias com alguma antecedência, minimizando as situações extremas, e permitindo o planejamento para evitá-las”, completa.

 As coletas estão sendo feitas em 24 pontos distribuídos nos municípios de Caraá, Santo Antônio da Patrulha, Rolante, Riozinho, Taquara, Três Coroas, Igrejinha, Canela, Campo Bom, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Portão, Esteio, Nova Santa Rita, Canoas. Conforme o diretor-técnico, foram identificados os locais situados entre cada um dos municípios da bacia que utilizam o rio como seu coletor de efluentes. Com isso, será possível monitorar de que forma a água entra no território do município e como ela sai dele.  A empresa Hidrobrasil é a responsável pela medição, coleta de amostras e análise. E a empresa Fortalezatec venceu a licitação para desenvolver o software que permitirá o armazenamento, processamento dos dados e apresentação de informações gerenciais que serão oferecidos aos usuários do sistema. O Projeto de Monitoramento Espacial é custeado pelo Consórcio Pró-Sinos, com recursos da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental  (TCFA).  

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