Gastronomia nos piquetes é destaque no Acampamento Farroupilha

Jornal Opinião

Um assunto em comum entre os piquetes do Acampamento Farroupilha é o cardápio do dia. Provando que não é só de churrasco que vive o gaúcho, seja na hora da janta ou do almoço, diariamente os frequentadores dos piquetes organizam qual vai ser o prato. Carreteiro, vaca atolada, peixe na grelha, feijoada, entreveiro, massa caseira e até hambúrguer estão entre as comidas preferidas, tradicionais, mas que acabam sempre ganhando um toque especial de quem está preparando.

O costume campeiro pode ser visto na forma do preparo de cada prato. No fogão à lenha que foi preparada a feijoada do piquete Recanto dos Tauras. A chef de um dos jantares foi a industriária Adriana Dias, 48 anos. “Usamos bastante legumes nessa feijoada, como batata-doce e moranga cabotiá, as carnes defumadas dão bastante sabor e que todo mundo gosta”,explicou. Já no piquete Recanto da Amizade, o representante comercial Rafael Bolzan, 37, preparou a carne a polenta na panela de ferro para sua família e amigos, em torno de 20 pessoas, contando sempre com a ajuda da sua mãe, para não errar nenhum passo da receita de família. Os dois que geralmente comandam as panelas no piquete. “Ainda teve salada de radite e molho de queijo, bem italiano para não perder as origens da família”, ressaltou. Claro que o vinho não pode faltar no piquete.

A praticidade também é aliada na hora de escolher o cardápio. No piquete da OAB Sapiranga, no qual passam centenas de pessoas a cada Acampamento Farroupilha, o advogado Elvio Vargas, 57, que foi o responsável pelo carreteiro. “Utilizei o restante do churrasco do dia para não desperdiçar nada, mas tudo com muito sabor e tempero”, destacou.

Setembro é a despedida do inverno, mas as noites ainda são frias e a escolha da vaca atolada é comum nos acampamentos. O prato, feito com carne bovina e aipim cozido, fez sucesso no Piquete do Neni. “Vamos fazendo sem pressa, cuidando o fogo no fogão à lenha, coloca a carne com calma, pra ficar bem cozidinha e esperar o pessoal, que vai chegando aos poucos. Na hora de comer já está todo mundo perto da mesa”, brinca Victor Piltz, 26, que acampa no Parque do Imigrante desde 2012.

Além dos pratos tradicionais, os piquetes dão espaço para novos sabores, como aconteceu no Herdeiros da Tradição. O empresário Wanderley Silva Santana, 41, foi convidado pelos amigos do piquete e preparou um ‘galeto à moda mineira’, prato que consiste em sobrecoxa de frango cozida com batatas e vários temperos, feijão tropeiro e arroz branco. “Essa cultura gaúcha é muito bonita e eu adoro. Acho importante preservar essa tradição de estar com os amigos, com a família e vir para o piquete, ainda mais que eu adoro cozinhar”, exalta Wanderley que é nascido em Minas Gerais, mas vive em Sapiranga há quase 20 anos.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Próximo Post

Campus do IFSul abre vestibular para cursos técnicos integrados ao ensino médio

Estão abertas as inscrições para o vestibular de verão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul Riograndense – […]