Um pouco de História de Sapiranga

Origem do nome “Sapiranga”

Talvez a origem do nome seja de “Yssá” = haste + “piranga” = vermelho ou “Sá” = olho + “piranga” = vermelho. O município faz parte da região do Vale dos Sinos, que se destaca pela produção de calçados; foi fundado por imigrantes alemães, que colonizaram a região após a chegada em São Leopoldo, em 1824. No ano de 1830, em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus, foi erguida uma Capela, sendo este o Padroeiro que deu origem ao povoamento da sede. Sapiranga, que já foi chamada anteriormente de Padre Eterno, Fazenda Padre Eterno e Fazenda Leão, teve como primeiros habitantes elementos de origem germânica. Este nome se deve a abundância de uma fruta chamada “araçá- pyranga” (termo indígena que significa araçá vermelho).

 Os “Mucker”

Da história de Sapiranga  faz parte da epopéia dos “Mucker”, no final do século XIX.  Jacobina Mentz e seu marido João Maurer se conheceram em Hamburgo Velho, na metade do século XIX. Casaram-se e mudaram-se para Leoner-Hof (como era denominada Sapiranga). Jacobina sofria de ataques epilépticos, desde criança, o que fazia com que ela fosse vista como vítima de um transtorno do sistema nervoso, agravado por leituras de natureza religiosa. Além disso, Jacobina auxiliava o marido nas curas através de chás e plantas medicinais. Naquela época, os médicos eram escassos e as pessoas apelavam para os curandeiros. Aos poucos, Jacobina misturava a religião com o atendimento aos doentes, através de leituras de passagens bíblicas para os pacientes. Logo, ela se tornou famosa por suas meditações milagrosas. Os adversários de Jacobina, preocupados com os acontecimentos no Ferrabraz, realizaram um abaixo-assinado, levando a imprensa da época a tomar partido contra Jacobina. Em pouco tempo surgiram diversos conflitos entre esses dois grupos, acarretando violência e mortes. Em 28 de junho de 1874, forças policiais atacaram os Mucker, que venceram o conflito, o que contribuiu para a crença da divindade de Jacobina. Após outro ataque falho, Jacobina conseguiu fugir e se esconder no Ferrabraz. O fim do conflito se deu em 2 de agosto do mesmo ano, quando Pedro Serrano levou as forças policiais até o esconderijo de Jacobina Mentz, que foi morta junto da maioria dos Mucker.

Emancipação de Sapiranga

Em 1933, a partir do surgimento de novas fábricas, houve a ampliação do mercado de trabalho sapiranguense. Com isso, a população triplicou. Esse e vários outros motivos contribuíram para o crescimento da ideia de emancipação. Assim, as lideranças partiram para passos concretos, através da criação de uma Comissão de Emancipação. Também foi criado um Conselho Deliberativo composto de todos os presidentes de partidos políticos da região.

O número de habitantes ainda era insuficiente (inferior a 12 mil) para se emancipar. Então, a organização apelou aos habitantes dos distritos de Picada Hartz e Campo Vicente (pertencentes à Taquara). Assim, Sapiranga cumpria com todas as exigências previstas em lei para se emancipar. Em 15 de dezembro de 1954, lei número 2.529, Sapiranga passa a ser município. A primeira

eleição, para prefeito, vice-prefeito e vereadores, realizou-se no dia 20 de fevereiro de 1955. O primeiro prefeito eleito foi Edwin Kuwer, com seu vice Waldemar Carlos Jaeger. Os vereadores eleitos foram: Manuel Bailet Candemil, Anita Lydia Wingert, Adolfo Evaldo Lindenmeyer, Arthur Ernesto Petry, Bertholdo Hauser, Armindo Otto Schwarz e Leopoldo Luiz Sefrin. A posse dos vereadores ocorreu em 26 de fevereiro de 1955 e a posse do prefeito e vice ocorreu em 28 de fevereiro do mesmo ano.

Economia

As principais atividades econômicos do município são as indústrias de calçados, metalurgia e extrativismo vegetal, sendo sede de grandes indústrias como a Paquetá, no ramo de calçados e Altero, no setor da metalurgia. Os principais produtos do setor primário são: acácia negra, batata inglesa, arroz, aipim e hortifruticultura. O setor secundário conta com calçados, metalurgia e componentes. Na década de 80, no auge da produção de calçados, a cidade recebeu expressivos contingentes de migrantes, que vieram principalmente da região noroeste do Rio Grande do Sul, em busca de emprego na então florescente indústria de calçados. No setor terciário prevalecem gêneros alimentícios, vestuário e eletrodomésticos.

Cidade das Rosas e do Voo Livre

Atual símbolo do município, as rosas sempre foram cultivadas em Sapiranga, da emancipação até os dias de hoje. Essa denominação possui duas explicações. Uma delas originou-se de uma visita ao município feita pelo Diretor do Serviço Estadual de Turismo do Estado do Rio Grande do Sul, Osvaldo Goidanich. Ele, surpreendido com a quantidade de roseiras que eram cultivadas, sugeriu que fosse chamada de Cidade das Rosas.

Outra explicação surgiu da ideia do professor e jornalista Muniz Pacheco, através de um artigo no jornal “O Ferrabraz”, no dia 24 de novembro de 1960, onde ele destaca as rosas como um aspecto embelezador dos canteiros da cidade, assim denominando-a de Cidade das Rosas. Com a oficialização da Festa das Rosas, em novembro de 1964, o título “Cidade das Rosas” foi reforçado pelos sapiranguenses e pelos turistas.  A partir de 1966, a Festa das Rosas se realizou nos anos pares e permaneceu até o ano de 1986, quando ocorreu uma pausa de 11 anos. Em 1997, ela foi retomada, se realizando anualmente até os dias de hoje, no Parque Municipal do Imigrante.

O município é conhecido como “Cidade das Rosas” e “Capital do voo livre”, praticado junto ao Morro Ferrabraz.

One thought on “Um pouco de História de Sapiranga

  1. Gosto da cidade de Sapiranga.Resido em Nova Hartz, fazem três anos.Residi em Porto Alegre, durante 30 anos, também em Viamão, durante 20 anos.

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