Projeto de Ginástica Artística ganha novo espaço

Jornal Opinião

Uma sala exclusiva com aparelhos, banheiros e sala de apoio é um dos novos espaços disponibilizados após a reforma do Ginásio Municipal Waldomiro dos Santos, o Nenezão. O local agora é utilizado para o projeto de contraturno de Ginástica Artística, que completa neste ano duas décadas de atividades na rede de ensino.

“Vamos lá, do teu jeitinho. Muito bem!” isso é o que mais ouvem os alunos, incentivados pela professora a se superar a cada movimento. A educadora física Carla Matzenbacher é a idealizadora e está a frente do projeto desde o início, em 2004. “Eu tenho aqui aluninhas que as mães, as tias, os irmãos estiveram comigo. Na equipe principal tenho adolescentes que estão treinando aqui desde os 4 aninhos”, conta. A iniciativa surgiu de uma vontade pessoal de Carla, servidora municipal que atuava na Secretaria de Educação e queria fazer algo mais próxima dos alunos. “Na época meu pai estava doente e eu precisava ficar mais com ele e com os meu filho pequeno, e foi meu pai quem me incentivou ‘Porque tu não ensina ginástica artística?’, e eu, que vinha do handebol, topei o desafio”, conta. O pai de Carla e inspiração do projeto era Remy Strassburguer, ex-ginasta do Clube 19 de Julho (antiga Sociedade de Canto), na época em que a modalidade ainda era conhecida por Ginástica Olímpica, nos anos 1950.

Os movimentos da ginástica têm origem ainda na Antiguidade, contudo apenas em 1881 se tornou uma modalidade esportiva com regras e treinamento específicos. Essa mudança aconteceu principalmente em escolas de esportes na Alemanha, o que se relaciona ao incentivo dos descendentes alemães da região em difundir a modalidade. Na década de 1950, em todo o mundo, a ginástica assume o formato moderno que ainda é praticado. Para a idade escolar é um esporte que contribui para a força motriz, habilidade, flexibilidade e equilíbrio.”É um esporte muito completo, mas para além do movimento físico temos a questão emocional. Fazer ginástica é um ato de coragem, a cada salto, uma superação”, completa a treinadora Carla.

A sala da Ginástica Artística que fica na parte superior do Nenezão está equipada com os colchões, esteira de solo, cavalo, trampolim e barra paralela – que são aparelhos da modalidade – e ainda elásticos, corda, bancos e demais itens que servem para aquecimento e treinamento dos movimentos. “Temos também a trave que é utilizada lá na parte do palco, pois é preciso que o teto seja mais alto para que o ginasta fique em pé no aparelho”, explica a professora. Para comemorar os 20 anos dos primeiros passos para o projeto, que se completam em outubro, foi feito um pedido para nomear o espaço como Sala Ilse Closs Graebin, homenageando uma ginasta sapiranguense premiada a nível estadual nos primeiros anos em que as mulheres puderam competir nesse esporte, e que foi grande incentivadora na difusão da modalidade na cidade.

As turmas atuais são formadas em maioria por alunos egressos, além do Nenezão, há encontros no bairro Vila Nova, no prédio que abrigava a escola Theno Strassburguer, com aulas da professora Adriana Ross. Participam do projeto alunos das escolas Pastor Rodolfo Saenger, Waldemar Carlos Jaeger, São Carlos, Polivalente, São Mateus, Genuíno Sampaio e Oscar Félix da Silva. Aneia Fritzen, é mãe da pequena Milena, de 5 anos, aluna nas terças-feiras. “Acompanho o trabalho da Carla há muito tempo, sou colega de educação física, e antes mesmo de ter filho eu dizia ‘tu não pode se aposentar antes de eu ter minha filha, pra ela fazer a ginástica'(risos). Eu inscrevi ela logo depois da pandemia, já sabendo que era bom garantir uma vaga, e ela começou ano passado. Nas férias, ela estava ansiosa pra volta das aulinhas e agora com a sala nova então, que a gente tava esperando tanto, porque com certeza consegue atender melhor, um local mais seguro e adequado. Nós pais ficamos felizes e elas (alunas) amam né”, comenta ao buscar a mini ginasta no final da aula.

Atualmente o projeto é gerido pela Secretaria de Educação e é uma das 15 modalidades esportivas disponibilizadas no contraturno escolar. São atendidos alunos das três redes: municipal, estadual e particular com turmas de 4, 5 e 6 anos. A equipe competitiva é formada por alunos veteranos que já praticam a ginástica há mais tempo e hoje tem entre 13 e 14 anos. Eles participam de eventos fora da cidade e também dos festivais de Ginástica Artística organizados aqui no município. “Estamos com um projeto para ampliar as turmas e ter mais uma profe junto comigo, assim será possível atender mais alunos, como de 7 a 10 anos, porque temos essa procura”, comenta Carla. Hoje há uma fila de espera para participação no projeto, as inscrições podem ser realizadas na Secretaria da Emef Pastor Rodolfo Saenger.

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